Euribor agrava-se apesar do corte de taxas na Zona Euro

O valor de referência dos juros do BCE não conta, agora, para os bancos, que continuam a negociar operações 1,6 pontos acima dos 3,75 por cento fixados pelo BCE
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O valor de referência dos juros do BCE não conta, agora, para os bancos, que continuam a negociar operações 1,6 pontos acima dos 3,75 por cento fixados pelo BCE Nuno Ferreira Santos (arquivo)
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A taxa Euribor a seis meses, o indexante mais utilizado nos empréstimos à habitação, aumentou hoje para 5,448 por cento, um dia depois de o Banco Central Europeu ter reduzido a sua taxa directora em meio ponto percentual, para 3,75 por cento.

A taxa a três manteve-se inalterada, nos 5,393 por cento, enquanto o indexante a um ano ficou igualmente mais caro, subindo para 5,512 por cento, contra 5,486 por cento. Estas taxas são fixadas diariamente pela Federação Europeia dos Bancos e correspondem ao valor médio das operações realizadas entre os bancos.

Ontem, o BCE e outros cinco bancos centrais no mundo, entre os quais a Reserva Federal norte-americana e o Banco de Inglaterra, adoptaram em conjunto um corte de meio ponto percentual às suas principais taxas de cedência de liquidez, que no caso da Zona Euro baixaram para 3,75 por cento e nos EUA caíram para 1,75 por cento.

A acção concertada pretendeu aliviar as tensões nos mercados de crédito, injectar confiança nos investidores dos mercados de capitais e tentar contrariar uma recessão económica mundial, antecipada em parte pelo Fundo Monetário Internacional, nas suas previsões económicas de Outubro, divulgadas ontem.

Jean-Claude Trichet, presidente do BCE, na intervenção que teve ontem, justificou a medida com a diminuição de tensões inflacionistas e a necessidade de transmitir mais confiança aos mercados e ajudar a conter o impacto de um abrandamento económico, que em alguns Estados-membros poderá corresponder a recessão (Espanha, Itália e Irlanda).

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