Rangel poderá abandonar Parlamento Europeu caso PSD vença as legislativas

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Uma "mudança radical de cenário" político poderá fazer regressar Rangel a Portugal Enric Vives-Rubio (arquivo)

O alento da vitória do PSD nas eleições europeias parece ter suscitado dúvidas a Paulo Rangel quanto ao cumprimento integral do seu mandato no Parlamento Europeu.

Ontem à noite, na SIC Notícias, quando confrontado com a possibilidade de abandonar Estrasburgo na eventualidade de os sociais-democratas vencerem as legislativas, o ainda líder parlamentar afirmou: “Não afasto [essa possibilidade]. Não me custa nada dizer que não afasto.” Rangel explicou que esta questão “teria de ser ponderada” atendendo a uma “mudança radical de cenário” político, representada pela vitória do PSD nas eleições legislativas.

Há cerca de um mês, durante a campanha eleitoral para as europeias, Paulo Rangel fez declarações consonantes. Em entrevista à agência Lusa, o deputado preferiu não dar garantias sobre o cumprimento total do mandato no Parlamento Europeu, embora tenha frisado que a sua “firme intenção” era o “combate europeu”. E justificou: “É preciso ver se há convicção europeia, o que é o caso, e se há vocação para o exercício das funções. E, por outro lado, ir para a Europa não significa estar desatento ao debate nacional como, aliás, o percurso de muitos eurodeputados bem demonstra.”

A hipótese de regressar a Portugal caso o PSD alcance a vitória nas legislativas, agora explicitada por Rangel, contradiz as acusações que o deputado lançou a Ana Gomes e a Elisa Ferreira, candidatas ao Parlamento Europeu e aos municípios de Sintra e do Porto, respectivamente.

Em plena campanha eleitoral, Rangel designou-as como “candidatas fantasma”, criticando o facto de as socialistas serem simultaneamente candidatas autárquicas e ao Parlamento Europeu.

Na altura, Ana Gomes respondeu ao presidente do grupo parlamentar do PSD desafiando-o para garantir publicamente se estava disposto a cumprir o mandato de eurodeputado até ao fim e em regime de exclusividade. E apelou ainda para que Rangel admitisse que “não aceitaria qualquer outro cargo para que eventualmente fosse desafiado pelo seu partido”.

A resposta surgiu agora, quase duas semanas depois da vitória social-democrata.

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